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Depoimento de um Ativista Gay

Acreditava que os homossexuais haviam sido terrivelmente oprimidos tanto pela sociedade em geral quanto por nosso próprio legado de falta de auto-estima, e que a liberação gay oferecia e oferece uma esperança genuína de mudar nossas vidas para melhor. Na década de 70, cheguei a acreditar que os gays estavam conseguindo construir um mundo em que as futuras gerações não teriam de sofrer como nós havíamos sofrido. Foi então que a praga se abateu sobre nós e boa parte de meu mundo começou a adoecer e morrer.

É quase impossível exagerar o impacto que a epidemia da AIDS teve sobre os gays, exagerar o que aconteceu quando um grupo de pessoas profundamente estigmatizadas pela sua maneira de fazer amor finalmente saiu das sombras, proclamou que Gay é Bom, e então foi atingido por uma doença que se espalhou através do próprio comportamento que era o centro de seu estigma. Pratiquei e promovi o sexo seguro. Fui voluntário, cuidei de amigos e testemunhei seu sofrimento e suas mortes. Usei o ativismo e o jornalismo engajado para colaborar com uma guerrilha desesperada e de muitas maneiras bem-sucedida contra uma perniciosa ordem do dia de culpa. Trabalhei para que uma cura fosse encontrada, um combate que está produzindo frutos nas novas drogas que prolongam as vidas de portadores do HIV.

Acreditei, como muitos dos meus colegas ativistas, que a AIDS era um acidente, que éramos seus heróis e suas vítimas inocentes (como, em muitos casos, fomos e ainda somos) e que, se existia alguma verdade na idéia de que o comportamento gay tinha contribuído para o surgimento da AIDS, não havia nenhuma utilidade em insistir no assunto, já que isso nos deixaria vulneráveis a nossos inimigos e já que, de qualquer modo, o problema tinha sido resolvido pela prática do sexo mais seguro. A AIDS não está se comportando como nós, ativistas, esperávamos. Apesar de agora quase todo mundo saber como ela se espalha e a maneira de evitá-la, a AIDS continua a saturar a população gay nos mesmos níveis de sempre. O HIV na verdade nos atinge em nossas partes vitais. Seu meio de transmissão, o sexo, é exatamente aquilo que, para muitos entre nós, nos define como gays, orienta nossa vida política e erótica, define nossa identidade moderna, fornece a liga de boa parte de nossa filosofia e de nossa comunidade, anima grande parte de nossas vidas.

Se os gays acreditarem enganosamente que a epidemia está em declínio e voltarem aos hábitos do passado, transmitindo rapidamente novas cepas de HIV resistentes às drogas por caminhos novamente reconstituídos, o potencial de tragédia é quase impensável. Já existem doenças incuráveis ou resistentes a drogas circulando pela população gay - a hepatite C, a gonorréia resistente a drogas, várias espécies de herpes. O HIV é extremamente seletivo e produz epidemias apenas quando um comportamento da população lhe proporciona um nicho. Na falta de condições favoráveis, o HIV não pode se espalhar por uma população determinada. Entre os gays dos anos 70, nosso comportamento sexual era extraordinariamente propício à transmissão do HIV. Entre elas um nítido aumento do sexo anal com parceiros múltiplos, o aparecimento dos assim chamados grupos de alto risco formados por homens que praticavam níveis extraordinários de comportamento sexual de alto risco.

Vinte anos depois de o HIV ter iniciado a impiedosa dizimação da população gay, ele permanece em grande parte confinado aos mesmos grupos heterossexuais no mundo desenvolvido que infectou desde o início: hemofílicos, usuários de drogas intravenosas, suas parceiras sexuais e seus filhos. Na realidade, parece que o código do preservativo nunca foi muito bem sucedido na contenção da epidemia. O declínio nas infecções em meados dos anos 80, por exemplo, provavelmente ocorreu porque a maioria dos gays suscetíveis já estavam contaminados. A nova geração de jovens suscetíveis que ingressou no mundo gay, está sendo infectada em taxas que indicam que cerca da metade eventualmente contrairá a AIDS, o que se aproxima dos mesmos índices da geração anterior.

O pensamento ecológico pode ajudar os gays a criar uma nova cultura gay capaz de diminuir o risco generalizado. A maioria das pessoas associa a ecologia com aos esforços de preservar a natureza, reciclar produtos usados, conservar os recursos naturais e curar ou evitar os danos que os homens provocam nos ecossistemas do mundo. Porém, embora estes sejam resultados importantes do pensamento ecológico, a ecologia em si representa muito mais. A seleção natural é o principal animador da ecologia, e o motor primordial da seleção natural é a adaptação, o processo pelo qual uma população se transforma e se ajusta para enfrentar seus constantes desafios. Os seres humanos compartilham a evolução genética com outros organismos, mas possuímos um traço ecológico exclusivo: a adaptação cultural.

É um processo pelo qual as pessoas desenvolvem conscientemente modos de vida próprios para enfrentar os desafios de seu meio e transmite-os então às gerações seguintes por meio da cultura e da educação. A saúde de uma dada população humana é uma medida de adaptação: o quanto determinada população se adaptou ao seu habitat em constante transformação. Consideram-se as populações com boa saúde bem adaptadas ao mundo em que vivem. Caso esta falha não for remediada, a população está fadada a desaparecer, em decorrência da mesma lei implacável que levou ao desaparecimento de mais de 99% de todas as espécies que jamais viveram na terra: extinção por meio da seleção natural.

Se as doenças são provocadas pelos germes, por que alguns germes afetam algumas pessoas e poupam outras? Ninguém sabe precisamente quando as doenças sexualmente transmissíveis apareceram pela primeira vez nas populações humanas. Existem registros antigos, nos tratados de Hipócrates, do século V A. C. que se referem diretamente ao herpes genital e indiretamente ao linfogranuloma venéreo, e outros textos antigos, inclusive a Bíblia, mencionam as DST. Permanece a dúvida: A comunidade gay masculina pode usar o conhecimento básico da ecologia médica e da adaptação humana para readaptar nosso comportamento sexual, para desfazer as mudanças que quase nos destruíram? E podemos fazer isso preservando as conquistas humanas vitais da liberação gay?
 
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Deus não me abandonou

Tratei de esconder as inseguranças emocionais que geravam em mim, atrações por homens. Eu me perguntava se na realidade Deus tinha interesse na minha vida... Eu tinha 14 anos quando me sentei para ler a Bíblia em casa de meus avós. Fui criado em um ambiente cristão porque meu pai era ministro episcopal e, por isso, me eram familiares muitas das histórias bíblicas. Porém, nesse dia, eu precisava desesperadamente conhecer o que Deus dizia a respeito da homossexualidade como pecado (ver Romanos 1:26 e Levítico 18:22). Descobrir isto me deixou em mais confusão do que eu já estava.

Não havia muito tempo, eu havia tido um sonho no qual estava envolvido em um comportamento homossexual. Acordei confuso e com medo. Depois disto percebi que queria manter-me fisicamente mais perto de meus colegas homens e que este desejo crescia cada vez mais. Não sabia de onde vinham estes desejos, porém, o certo é que eu não gostava deles. Também sabia que devia manter isto em segredo. Orava fervorosamente a Deus para que Ele tirasse esses desejos, porém, infelizmente eles não desapareceram. Eu me perguntava: “Por que Deus não atende minha oração?” Me questionava se na realidade eu tinha importância para Ele.

A escola secundária me trouxe mais confusão ainda. Por insegurança da minha identidade procurava manter-me emocionalmente próximo de outros garotos e desejava um contato físico. Um amigo e eu praticamos um encontro sexual e essa experiência satisfez de certa forma a curiosidade construída durante minhas fantasias. Continuava orando por minhas lutas, porém, Deus não me tirava a atração que sentia por pessoas do meu sexo.

Em meu último ano do segundo grau, me enchi de coragem e decidi procurar ajuda. Achei um número de telefone de aconselhamento para adolescentes. Depois de explicar com muito nervosismo, minha história, a mulher que atendeu ao telefone me disse: “A pessoa que trabalha com homossexuais está aqui às sextas-feiras”.

Frustrado, coloquei o telefone no gancho e montei em minha moto vermelha Honda Elite. Em minha corrida pelas ruas da cidade o que sentia era raiva e estava sem esperança. Cheguei inclusive a pensar em me jogar contra algum veículo estacionado e me suicidar, porém, Deus me deteve e acalmou meu coração.

Durante o outono de 1990 tinha uma “noiva” que freqüentava a igreja de meus pais. Começamos a sair juntos e pretendia estar interessado nela, porém, meus sentimentos confusos começaram a ser notados pelas pessoas que me conheciam. Uns dias mais tarde, ainda emocionado, aproximei-me de minha mãe e assustei-a dizendo: “Tem uma coisa que quero te dizer e é que estou com problemas porque luto contra tendências homossexuais”. Imediatamente ela me deteve e me disse: “Espere um momento, teu pai tem que escutar o que você está me dizendo”.

Tratei de detê-la porque achei que ela não podia contar meu segredo a papai. Sempre me senti muito distante dele. Apesar de compartilhar meus pensamentos e sentimentos com minha mãe nunca senti esta liberdade com meu pai. Fiquei nervoso enquanto ela saiu para buscá-lo. Disse a eles que lutava com desejos homossexuais, porém, que não desejava ser gay.

Saí de casa experimentando a liberdade que nunca havia experimentado. O peso do segredo que mantive durante tantos anos começou a evaporar-se. Um pouco mais tarde soube que meus pais passaram aquela noite conversando, chorando e orando.

Na manhã seguinte fui à igreja e, depois do culto, meu pai me levou para fora. Disse-me que em todos os anos de seu ministério havia conhecido muita gente com problemas muito sérios, porém, que jamais havia visto alguém que havia enfrentado seu problema de uma maneira tão cuidadosa como eu. Expressou-me que jamais havia sentido tanto orgulho por mim até este dia. Estas palavras foram uma benção e um consolo.

Apesar disto, às vezes, nos finais de semana, eu subia em minha motocicleta e me dirigia ao centro da cidade para ver o que estava à disposição na comunidade gay, com a esperança de encontrar alguém ou algo que pudesse encher os vazios de minhas necessidades emocionais. Meus pensamentos continuavam voltados para o mesmo dilema: poderia seguir a Deus e manter a esperança de satisfazer minhas necessidades homossexuais?

Nesta época eu freqüentava uma universidade cristã. Vivia no campus universitário e comecei a compartilhar minhas lutas com alguns companheiros. Corri um grande risco já que quase ninguém sabia lidar com esta situação, mas, não senti rejeição alguma. E mais, um dos primeiros garotos com quem compartilhei meu problema se fez meu melhor amigo. Não demorou muito para que nós nos apaixonássemos e assim iniciamos uma relação de muito afeto que dura até hoje, passados já nove anos dessa ocasião. Ele me apóia e me completa, e a sensação de bem-estar quando estou a seu lado jamais deixou de existir. Sua afetividade é correspondida intensamente e hoje sou grato a Deus por Ele ter-me orientado no caminho da serenidade, pois somente dessa forma meus problemas deixaram de existir.





Por um mundo sem preconceitos

Bom, eu acho que a vida é feita de oportunidades e devemos aproveitá-las. Na época do colégio eu ao menos sabia o que era ser gay ou bi, na minha mente eu era heterossexual, até porque eu só tinha ficado apenas com meninas. Surgiu minha primeira oportunidade de ficar com um menino e eu não pude desperdiçar, pois tinha aquela velha curiosidade. No inicio de tudo eu mesmo tive um preconceito para comigo e não aceitava aquilo jamais. Minha primeira experiência tinha sido desastrosa, não por parte do garoto, mas sim pela minha. Fiz uma confusão, disse que não queria aquilo para mim e eu num tinha gostado e era isso, estava decidido. Passaram uns cinco meses e conheci uma pessoa por meio de uma das minhas melhores amigas da época, uns dois anos atrás, só que como ele era de outro lugar, ficávamos conversando horas e horas pela internet, foi ai que me dei conta de que eu estava realmente ligado a ele e eu fazia de tudo para vê-lo, foi assim que me descobri, viajei até a cidade onde ele mora e lá nos conhecemos, conversamos e foi tudo perfeito.

Atualmente, as coisas são totalmente contrárias ao que eu pensava antes, até porque eu mesmo me aceitei do jeito que sou e não tive medo de enfrentar os problemas que permeiam por esse segmento social. Tive consciência de que eu enfrentaria muitos deles, mas se eu tivesse disposto, nada iria fazer com que eu fosse feliz. Creio que felicidade não é estar com pessoas de outros sexos, nem pessoas do mesmo sexo, felicidade é algo muito maior, é quando você está do lado de quem ama de verdade, independente disso.

O tempo foi passando e a gente conversou durante cerca de um ano e um mês, perdemos o contato depois, a partir daí conheci novas pessoas, me envolvi com algumas, criei amizades verdadeiras, ou seja, tive todo tipo de experiência. Meu ciclo de amizades aumentou e me fascinou o modo com que os gays se tratam, não querendo defender, mas há muito mais carinho e quando há amor é mais verdadeiro, enfim... Apesar de todos os problemas, existe pontos que a sociedade jamais sabe ou saberá como é.

Em relação a minha família, foi difícil para mim. Contar a minha mãe foi muito ansioso, mas ocorreu tudo como eu não esperava. Nós conversamos, ela me orientou para ter cuidado com os obstáculos, que eu ia enfrentar muitos problemas e um deles é meu pai, que até hoje não sabe, que é uma pessoa muito rígida e conservadora. Como minha mãe mesmo disse e pelo que eu conheço, ele jamais aceitaria.

Posso dizer que a partir daí minha vida mudou, eu posso afirmar que hoje sou uma pessoa muito mais feliz do que eu era antes, vivendo experiências cada vez mais incríveis, conhecendo mais pessoas também incríveis e vivendo a delícia de ser o que eu sou de verdade, sem máscaras, o que é melhor. Não posso mentir dizendo que nunca sofri preconceito, claro que já. Na escola foi o principal local disso e me magoa muito. Lembrando que o preconceito possui várias faces e existe também aquele preconceito que nós mesmos sentimos.

Já tive fases que eu me perguntava: “Por quê eu sou gay? Por isso acontece comigo? Seria tão mais fácil se fosse diferente.” Atualmente, sei que não tem nada a ver, seria muito mais difícil, pois você estaria numa vida que nunca nem jamais será sua. Para o futuro eu espero muito desse planeta, principalmente de mim. Eu sonho muito alto, porém tenho meus pés no chão. Não descarto a possibilidade de amar uma mulher, nem tanto um homem. Eu procuro me apaixonar pela pessoa que existe dentro de cada um.

Em relação à religião, acho muito importante falar sobre. Respeito todas as religiões, porém, não estou de acordo com os princípios de algumas. Muitos falam por ai que é pecado ser homossexual, que não está de acordo com as leis de Deus, mas independente disso, acredito e confio em Deus, sei o que posso e o que não posso fazer também, porque não é errado amar. Não podemos acreditar que a homossexualidade é uma doença, como acreditam. Todo amor verdadeiro é precedido de grandes obstáculos, mas é preciso amar. Eu tenho um lema e eu queria que cada um pensasse sobre, que é: “Prefiro olhar para trás e chorar por coisas erradas que fiz, do olhar e chorar que coisas que deixei de fazer.” Viva sua vida independente dos outros, no futuro, você jamais irá se arrepender. Leve-a mais a sério e não como um objeto ou por modinha, faça aquilo que te der vontade. Obrigado.
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